terça-feira, 26 de outubro de 2010

Toxicidade do mercúrio

Após sugestões mais que válidas de nossa aluna do VIII Curso de PGRSS Rosana, faço agora um post com artigos científicos explicitando a toxicidade de algumas formas do mercúrio, dentre estas a do mercúrio metálico (Hg), presente em termômetros, esfingonanometros e lâmpadas fluorescentes e utilizado em mineiração. "O mercúrio é um metal de alta toxicidade. Penetra no organismo através de diferentes vias dependendo de sua forma físico-química. O mercúrio metálico é absorvido principalmente pela via respiratória, sendo parte depositada em tecidos, onde se conjuga com grupamentos sulfridrilas de proteínas (Galvão & Corey, 1987). Pode causar intoxicação aguda, com predominância dos sinais e sintomas respiratórios e intoxicações subagudas e crônicas, afetando o sistema nervoso, rins e pele (ATSDR, 1989); (WHO, 1976); (WHO, 1991). A fração não absorvida é eliminada principalmente através da urina." (CÂMARA, 1996)

"A absorção do vapor de mercúrio metálico dá-se principalmente por via pulmonar, através da inalação. A percentagem de retenção nos pulmões varia de 74 a 76%6 a uma concentração ambiental de 100 mg/m3.

Dos pulmões o mercúrio é levado pelo sangue e se distribui no organismo, acumulando-se nos rins, sistema nervoso central, fígado, medula óssea, vias aéreas superiores, parede intestinal, pele, glândulas salivares, coração, músculos e placenta5,7,15.

Os efeitos do mercúrio no organismo manifestam-se sob a forma de um quadro agudo, quando inalado em grande quantidade, no qual podem ocorrer lesões pulmonares, renais, do sistema nervoso central, podendo ocasionar inclusive a morte5.

A intoxicação crônica afeta basicamente o aparelho gastrointestinal, sistema nervoso e psíquico, cujas alterações variam de quadros leves a muito graves11,15.

O quadro gastrointestinal manifesta-se por lesões orais, de estômago, intestino e fígado. A gengivite é o distúrbio mais comumente encontrado. Também ocorrem queixas de desagradável gosto amargo ou metálico na boca, sialorréia, ulcerações orais e amolecimento de dentes. Faringite inespecífica é comum. Outra manifestação encontrada é a gastrite e gastroduodenite3.

O quadro neurológico pode manifestar-se por tremores, alterações de sensibilidade dolorosa, térmica e tátil, alteração de reflexos, coordenação motora e até parkinsonismo3,15.

O quadro psíquico constitui-se em constelação de alterações de personalidade que Foá e Caimi4 denominam de eretismo psíquico, referindo que os sinais típicos e precoces da intoxicação crônica por mercúrio são a irritabilidade, alteração da sociabilidade, insônia, estado de ansiedade, timidez, labilidade emocional e, nos casos mais graves, ocorre a diminuição da atenção, memória, até um processo de despersonalização geral.

Angotzi e col.2 encontraram diferenças significativas entre o grupo experimental (exposto) e o grupo contole, em relação à força do ego, mecanismos esquizóides, nível de controle racional, de ansiedade e de tensão nervosa, justamente os fatores que mostram o equilíbrio sócio-emotivo do indivíduo.

Vroom e Greer13 encontraram, em seu estudo com pacientes expostos a mercúrio metálico, dados sobre ansiedade, depressão, em todos os casos, além de insônia, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração, insegurança, diminuição das habilidades sociais." (ZAVARIZ, 1992)

Gente, sempre que tiverem uma dica para postagem ou queiram algum outros esclarecimento, sintam-se a vontade para falar comigo. :) Vocês são meus parceiros aqui no blog.

Outros artigos:

- TOXICIDADE MERCURIAL - AVALIAÇÃO DO SISTEMA VISUAL EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS A NÍVEIS TÓXICOS DE MERCÚRIO. Luiz Carlos L. Silveira, Dora Fix Ventura e Maria da Conceição N. Pinheiro , 2004.

Um comentário:

  1. Interessante, fiquei na dúvida por ter realizado um curso pelo Toxcen em que foi dito que este tipo de mercúrio não é tóxico. Tentarei retransmitir a mensagem. Obrigada.
    Hum, já estou com saudades do curso...

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